sábado, 26 de novembro de 2011

Calígula


“Que lucro teria um homem ao ganhar o mundo inteiro e perder sua própria alma?”
Marcos 8:36

“Existo desde o amanhecer do mundo e existirei até que a última estrela caia pelos céus. Apesar de ter tomado a forma de Caio Calígula, sou todos os homens e não sou homem nenhum, e assim... sou um Deus”.

Calígula (Caio Cesar Augusto Germânico) nasceu em Antium, atual Itália, no ano de 12 d.C. e faleceu em 41 d. C. Foi o terceiro imperador romano e membro da dinastia instituída por Augusto.
Como vivera desde os dois anos de idade no acampamento militar de seu pai, era querido pelos soldados que o viram crescer. Foram eles que lhe deram o sobrenome com o qual passou à história, Calígula, um diminutivo de caliga, o calçado militar dos romanos. Os soldados das legiões comandadas pelo pai achavam graça vê-lo mascarado de legionário, com pequenas caligas nos pés.
Germânico, seu pai, era um valente cônsul e general do Império Romano, que morreu aos 34 anos de idade, possivelmente envenenado. Deixou seu filho ainda pequeno, Caio Calígula. Após enterrar o seu pai, Calígula regressou com a sua mãe e os seus irmãos para Roma, onde foi adotado pelo imperador de Roma, Tibério. Calígula tinha 25 anos quando sucedeu ao pai adotivo e foi nomeado imperador. Com o tempo, o filho do general morto obteria todos os títulos imperiais, inclusive o de Augusto César, e o poder correspondente.
Um historiador da época, Suetônio, afirma que Calígula participou do assassinato do pai adotivo, Tibério. Este o havia designado como um de seus herdeiros - e, conhecendo seu caráter distorcido - também disse que preparava uma víbora para o povo romano. Segundo o próprio Tibério, Calígula tinha todos os vícios dos pais e nenhuma de suas virtudes.
À sua morte, Tibério ordenou que o império devia ser governado conjuntamente por Calígula e Tibério Gemelo. Após desfazer-se de Gemelo, o novo imperador tomou as rédeas do império.
O filme “Calígula” é uma das produções mais polêmicas já lançadas, justamente devido a suas cenas de sexo explícito. O filme mostra as perversões sexuais do louco imperador romano Calígula, representado por Malcolm McDowell, que mantém um caso com sua própria irmã e é casado com uma prostituta, além de organizar várias orgias e perversões sexuais em seu império. Ele também é cercado de vários falsos bajuladores que desejam vê-lo longe do poder.
A sua administração teve uma época inicial pontuada por uma crescente prosperidade e uma gestão impecável.
A figura de Calígula aparece bastante deformada pelo retrato que fizeram dele alguns autores senatoriais como Suetônio e Tácito. Sua ascensão ao poder depois da morte de Tibério, no ano 37 de nossa era, foi muito bem acolhida pelo povo.
Parece que os primeiros anos do seu reinado foram ótimos, segundo o ponto de vista dos historiadores senatoriais: respeitou o senado, devolveu à assembléia popular o direito de eleger os magistrados, decretou amplas anistias para as pessoas condenadas no tempo de Tibério e organizou grandes espetáculos circenses.
Os cidadãos romanos chegaram a pensar que estavam no início de uma era feliz. Mas o imperador adoeceu, devido aos seus excessos e orgias, e, quando se recuperou, revelou sua maldade. A grave doença pela qual passou o imperador marcou um ponto de inflexão no seu jeito de reinar.
Para alguns historiadores, a doença deixou Calígula demente. Gastos exorbitantes, impostos altíssimos e a total falta de freios marcaram o resto de seu reinado. Sua crueldade com os presos e os escravos era tão grande quanto sua depravação na vida sexual. Divertia-se fazendo torturar condenados na frente de seus familiares. Tomava as posses de suas vítimas e não admitia ser contrariado em nada.
Nomeou senador romano seu cavalo, Incitatus, para quem construiu um palácio de mármore. Antes disso, havia nomeado o cavalo como sacerdote e designado uma guarda pretoriana (força militar romana criada para guardar o imperador e seus familiares) para tomar conta de seu sono. Sua idéia era humilhar o Senado romano e mostrar que se podia nomear um cavalo sacerdote e senador, podia fazer qualquer coisa com a vida de qualquer pessoa.
Os cofres do império romano se esvaziaram rapidamente perante o pagamento das tropas e as festas organizadas pela corte, situação que causou o aumento dos impostos e reiniciar a política de eliminação física dos senadores para apoderar-se de suas posses. Sua política exterior foi caracterizada pelo aumento de reinos vassalos no oriente e à redução da autonomia dos territórios ocidentais.
Apesar das crises econômicas, Calígula levou adiante a execução de vários projetos arquitetônicos durante seu reinado. Algumas destas construções eram públicas, mas a maioria dos edifícios foi erguida com fins privados.
Os soldados apoiavam todas as loucuras do imperador. Por duas vezes Calígula escapou de atentados à sua vida: era odiado pelo povo. Mas foram os oficiais de sua guarda que, aterrorizados e fartos, decidiram acabar com seu governo desvairado. Numa conspiração que reuniu a guarda e senadores, o imperador foi assassinado num túnel que ligava o Palácio ao Fórum.
Calígula caiu gritando que um deus não podia ser morto, então, outros cúmplices o atacaram com punhaladas.
Calígula acreditava no terror como arma de poder e gostava de ser odiado. Como ele mesmo dizia: "Oderint dum metuant!" (que odeiem enquanto tremem de medo), referindo-se ao povo.
Na cultura romana da época, o sexo fazia parte da religião, e ninguém praticou mais a adoração à Luxúria que o Império Romano.
Essa adoração alcançou o seu auge no reinado de Calígula. Este jovem imperador exigia sexo de todas as mulheres atraentes de Roma, incluindo as suas próprias irmãs.
Segundo Calígula, se os homens mais ricos eram os alcoviteiros e as prostitutas mais “libidinosas” eram as mulheres dos senadores, um bordel imperial era a maneira mais lógica de equilibrar o orçamento do Estado. Então, transformou parte do seu palácio em bordéis, obrigando mulheres casadas e filhas de senadores a prostituirem-se para seu próprio divertimento.
Diz que o assassinato de Calígula, aos 29 anos, foi um sinal da Ira dos deuses por este ter abusado do poder da Luxúria.
Além da Luxúria, a Soberba era algo notável na personalidade de Calígula. Mantinha uma casa de prostituição e ordenou que estátuas suas fossem colocadas em lugares de destaque em todos os templos, até nas sinagogas em Jerusalém, impulsionando uma divinização em vida do imperador. Tornou-se o primeiro imperador a apresentar-se frente do povo como um deus.
Podemos destacar ainda a inveja que Calígula tinha da popularidade de seu pai, Germânicus; a Ira derramada em quem fosse contra sua vontade e a Gula de poder e de parceiros (as) sexuais. Calígula teve uma vida de excessos.

Torturas
- Os condenados eram enterrados do pescoço para baixo e um veículo com lâminas vinha em sua direção, até decapitá-los.
- Calígula empregava banha de porco como lubrificante, e depois empalava a vítima com o próprio punho, havendo o agravante de sua mão estar adornada pelo robusto anel metálico com o selo imperial.
- Uma vez no Circus Maximus, onde os jogos eram para criminosos, estava a platéia esperando os criminosos entrarem na arena dos leões. Calígula ordenou que as cinco primeiras filas de espectadores fossem levados para a arena, o que aconteceu. Várias centenas de pessoas foram comidos e dilacerados apenas para sua diversão.
- Cortar as vítimas com uma serra era outra tortura que Calígula aplicava em suas vítimas.

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